Escola Secundária de Bocage

Área de Projecto 12º ano D

Sobre nós...

Escolhemos este tema por vários motivos, entre os quais o facto de: estar relacionado com a nossa área e com os nossos interesses; querermos ter a experiência de fazer voluntariado; sensibilizar e envolver a comunidade escolar neste tema. Para além disto, consideramos um projecto importante e que merece o nosso envolvimento, visto que todas as pessoas, ao longo da sua vida, deveriam contribuir para uma causa humanitária deste tipo, atendendo ao facto de que existem muitas pessoas necessitadas que merecem a nossa ajuda. Deste modo, julgamos que esta experiência irá enriquecer, tanto os elementos do grupo como toda a comunidade escolar envolvida no projecto, sob o ponto de vista humanitário.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Entrevista a uma coordenadora da associação Acreditar, Filipa Carvalho

1)O que significa para si humanizar a Instituição Acreditar?
Lembrarmo-nos a cada dia do porquê da nossa existência. Saber que as questões institucionais/burocráticas são indispensáveis, mas que existem por um motivo!
Humanizar é saber equilibrar a razão e a emoção. Darmo-nos sem nos perdermos. Sabermos que estamos aqui por todos e para todos.

2)Tem a seu cargo um grande grupo de pessoas que dão o melhor de si para conseguirem dar à sua instituição, ou melhor, aos doentes e seus familiares, um ambiente mais acolhedor e humano. Considera o número de voluntários que tem neste momento suficiente para alcançar esse objectivo?
O voluntariado “mede-se” em quantidade mas também, e sobretudo, em qualidade. A Acreditar tem o privilégio de poder contar com muitas pessoas e organizações que, na medida das suas possibilidades e competências, contribuem de forma única para este Projecto. O cabeleireiro que, assim que contactado, vem cá cortar o cabelo às crianças. O gabinete de advogados que oferece os seus serviços às famílias que, em consequência da doença, experienciam conflitos, especificamente em contexto laboral. O voluntário que tem uma carrinha e transporta as crianças para as actividades. O voluntário que é palhaço e vem, de vez em quando, animar as crianças e, muito especialmente, o voluntário que, em criança, teve a mesma doença e, por esse facto, dá um contributo único às crianças que agora vivem uma experiência semelhante.
A adequação das características dos nossos voluntários às nossas necessidades e o acompanhamento do trabalho que desenvolvem é o essencial para que a experiência de voluntariado na Acreditar seja o mais interessante para TODOS!

3)Um voluntário ao apresentar a sua candidatura de admissão ao corpo de voluntariado é sujeito a alguma selecção? E quanto à sua formação, é-lhe facultado algum curso de preparação?
O processo de selecção de voluntários passa por uma série de etapas:
O preenchimento de uma ficha de inscrição em que o candidato nos indica a sua disponibilidade;
Uma entrevista com a coordenadora do seu trabalho, em que se aferem as expectativas de ambas as partes: dá-se a conhecer ao candidato o que é a Acreditar e o que é esperado de um voluntário, ao longo da conversa, em tom informal, vai-se percebendo se este pode ser um projecto com futuro!
Caso se entenda que sim, o candidato realiza um período de estágio de aproximadamente dois meses, em que, tendo contacto directo com a realidade do voluntariado na Acreditar, está também “protegido” pela presença e apoio dos voluntários que, com (mais) experiência, desempenham a função de tutor. Tanto a Acreditar como o candidato aferem a adequabilidade deste projecto para ambos.
Ultrapassada com “sucesso” esta fase, o estagiário frequenta um curso de formação (teórica) em que assiste e participa nas intervenções levadas a cabo pelos profissionais da área (médico, enfermeiro, assistente social, educador, professor, psicólogo).
Se a formação for concluída de forma satisfatória, o estagiário, outrora candidato torna-se agora “voluntário”!

4)Depois de incorporados, os voluntários têm tarefas específicas nos vários serviços da instituição? Diga-nos quais são essas tarefas e como são desenvolvidas.
O tipo de voluntariado mais comum na Acreditar é o de apoio às crianças e suas famílias internadas, ou em consulta, nos hospitais gerais, pediátricos ou oncológicos do país (Lisboa, Coimbra, Porto e Madeira) ou a residir nos nossos lares (em Lisboa e em Coimbra – este último entrará em funcionamento no inicio de 2009). As funções do voluntário divergem nestes dois ambientes. Nas Casas, ao voluntário é solicitado todo o tipo de colaboração: desde participação nas tarefas domésticas como brincar com as crianças. Nos hospitais a actuação centra-se exclusivamente nas pessoas. O principal objectivo é “tirar” as crianças dos quartos e leva-las para a sala de brincadeiras, incentivar a saída dos pais, dada a nossa presença.

5)Que trabalho é desenvolvido pelos voluntários de forma a permitir aos doentes um maior contacto com os seus familiares?
O voluntário eficiente não é aquele que está SEMPRE presente, o voluntário eficiente é aquele que está atento às necessidades das famílias e das crianças doentes, colocando as suas próprias vontades em segundo plano. Desta forma o voluntário não deve nunca ser insistente. Oferecer a sua presença e aguardar aceitação. Se SENTIR mais valioso propor actividades que impliquem a interacção de crianças e familiares.

6)De certeza que o voluntariado e os seus responsáveis têm planos ou projectos para o futuro. Fale-me desses projectos e a forma como pensam desenvolve-los.
Para nós é importante fortalecer este grupo, individualmente e nas dinâmicas que estabelecem entre si. A troca de experiências é essencial. Neste sentido, a formação contínua é uma área que queremos reforçar.
2009 será o ano de impulsionamento do grupo dos Barnabés – crianças doentes e ex-doentes, ao nível da sua participação social e também a profissionalização da Acreditar enquanto organizadora de Campos de Férias.

1 comentário:

Fátima Campos disse...

Parabéns pelo vosso blog...
Considero a entrevista, uma óptima forma de dar vida a um blog, tornando-o actual e dinâmico...

Fátima Campos